27 de fev. de 2010

Tomate recheado com molho caesar (ou o fim de um trauma e dois preconteitos)


Realmente, esse foi um dia e tanto! Acabei com um trauma e dois preconceitos em um só prato! Foi um combo!

O trauma corre por conta do tomate. Quando eu era criança, meu pai me obrigava a comer tomates todos os dias. Ele AMA tomate e eu não conseguia gostar daquele negócio. Mas na minha casa criança não tinha vez e meus irmãos e eu tivemos que comer tudo que meus pais determinavam (hoje vejo que eles têm razão e pretendo fazer o mesmo quando eu tiver filhos hahaha Será minha vingança!).

O fim do trauma começou no dia que comprei uma revistinha de receitas light aqui no jornaleiro perto de casa. Tinha uma receita de tomates recheados. Sou sincera: eu como com os olhos, antes de mais nada. Quando vi a foto, o tomate tão bonitinho, tão arrumadinho... Fiquei com vontade de comer. E com o calor desgraçado que está fazendo aqui, pensei que seria bom comer algo fresco no jantar. Nesse dia, me lembro que fiz como dizia a receite e recheei o tomate com maionese, atum, salsinha e azeitonas. Deixei na geladeira e quando meu namorido chegou em casa para o jantar e viu que eu tinha preparado tomate de acompanhamento até estranhou.

Depois que vi que disfarçando o tomate eu podia comê-l0 (meu pai sempre disse que o tomate é bom para prevenir vários tipos de câncer (*) e etc. Acredito no meu pai, mas rolava um preconceito contra o tomate... Acho que era uma maneira de manifestar minha rebeldia depois de tantos anos sendo obrigada a comer o raio do tomate!), resolvi que ia comer outro dia, tb recheado. Dessa vez, com ricota, roquefort, azeite de oliva extra-virgem e um mix de pimentas que tenho aqui em casa. Outra vez, meu namorido me olhava com cara de quem não entendia nada (justo eu, que nesta terra de pseudoitalianos, não como tomate, berinjela e pimentão...). Enfim, comemos outra vez e realmente ficou muito gostoso.

Aos poucos fui ficando amiga do tomate. Fomos fazendo as pazes. Paralelamente, fui adentrando um novo mundo para mim: o do arroz integral. Outra coisa que sempre olhei com cara de eca!, mas que por recomendação da nutricionista, resolvi dar uma chance ao famoso arroz integral. A verdade é que, na primeira vez que comi arroz integral no Brasil, no refeitório da empresa onde eu trabalhava, notei que ele tinha um gosto um pouco mais forte e é um pouco mais seco. Acho que por isso não gostei - acostumada com o arrozinho branco da mamãe, não tinha como comer aquilo.

Mas quando fiz as primeiras vezes aqui em casa, descobri uma maneira de deixá-lo mais saboroso, que seria adicionar um condimento para arroz em pó (uma mistura de curcuma, orégano, páprica, gengibre, noz moscada, coentro, pimenta e manjericão que se compra por peso num mercado aqui perto de casa ou também em envelopinhos industrializados). O arroz fica amarelinho e com um sabor especial! Aí, fui ficando mais sensível e amiga do arroz integral e, dessa maneira, acabei com o primeiro preconceito do título desta entrada.

O segundo preconceito era o de comer arroz frio na salada. Realmente, não rolava. Eu ficava pensando no arroz da minha mãe, quentinho, soltando fumacinha, com cheirinho de refogado de alho, cebola e azeite de oliva e não conseguia entender como eles aqui na Argentina conseguiam comer um arroz lavado, fervido no sal, escorrido e lavado de novo com água fria na salada. Primeiro que o arroz que eles fazem aqui não tem gosto de nada (vejam bem: esta é minha opinião pessoal... comparando o arroz que meu namorido fazia pra mim com o da minha mãe...). Depois que comecei a fazer aqui em casa o arroz branco do jeito que minha mãe faz , meu namorido não quer mais comer o arroz fervido deles... Por algo há de ser.

Não sei o que foi que me deu nesse dia, mas resolvi que ia fazer tomate recheado (trauma), com arroz integral (preconceito 1), pedacinhos de presunto, cenoura ralada, azeite de oliva extra-virgem, mix de pimentas e tudo para servir de entrada como uma salada, ou seja, frio (preconceito 2). Tenho que reconhecer que foi uma boa escolha e o tomate ficou ótimo!

Aproveitei e usei um pouco de molho caesar do dia anterior (receita retirada de um dos meus sites preferidos www.panelinha.com.br). Mas poderia ter comido sem nada.

Ah, esta receita foge um pouquinho à ideia de café-da-manhã, chá da tarde etc que seria o foco deste blog. Mas bem que pode ser servida como uma entrada ou num brunch.

(*) Sobre o tomate: http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u403793.shtml

Caesar salad

Ingredientes
1/2 maço de alface-americana
1/2 maço de alface-crespa
6 fatias de pão de fôrma sem casca
2 colheres (sopa) de manteiga
1 xícara (chá) de creme de leite fresco
2 colheres (sopa) de maionese
2 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado
1 filé de aliche
1/2 xícara (chá) de azeite de oliva
1 dente de alho sem casca
suco de 1 limão

Modo de Preparo
1. Lave bem as folhas de alface sob água corrente. Numa tigela com água e um pouco de vinagre, deixe as folhas de molho por 20 minutos. Em seguida, retire as folhas com cuidado para que as "sujeirinhas" fiquem no fundo da tigela.
2. Com uma faca, corte o pão em quadrados bem pequenos, mas iguais.
3. Numa frigideira antiaderente, coloque a manteiga e leve ao fogo médio para derreter. Acrescente os cubinhos de pão e deixe dourar, mexendo de vez em quando para não queimar. Retire do fogo, transfira os cubinhos para um prato e reserve.
4. No liquidificador, junte o creme de leite, a maionese, o parmesão ralado, o aliche, o azeite, o alho e o suco de limão. Bata por 2 minutos ou até obter um creme homogêneo.
5. Seque as folhas de alface com papel-toalha e rasgue em pedaços médios. Disponha as folhas numa saladeira, regue com o molho e salpique com os cubos de pão. Sirva a seguir.

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